A revolução tecnológica do século XXI tem impactado profundamente diversos setores da sociedade. E trazendo consigo inovações que redefinem como interagimos, nos comunicamos e preservamos valores
Instituições conservadoras, que prezam pela discrição, segurança e preservação de tradições, vivenciam desafios significativos durante esse período de transformação digital.
Essas instituições, frequentemente, temem a exposição excessiva nas redes sociais, por exemplo. O receio de comprometer a privacidade e a natureza reservada dessas organizações cria um desafio na adoção de estratégias de marketing digital para ampliar seu alcance e engajamento, desde que não comprometa seus princípios e valores. Além da preservação da segurança e do bom convívio entre as várias crenças e costumes da sociedade: transmissões on-line, campanhas humanitárias, serviços religiosos, por exemplo, permitem conectar-se a públicos além das fronteiras físicas.
As instituições de segurança, por sua própria natureza, enfrentam desafios significativos em relação à segurança da informação. A digitalização de processos aumenta a exposição a ameaças cibernéticas, exigindo medidas robustas de proteção de dados, considerando a constante ameaça de ciberataques. A implementação de tecnologias avançadas para monitoramento e comunicação deve ser equilibrada com protocolos rigorosos de segurança cibernética.
Já as igrejas, enquanto instituições conservadoras por excelência, podem se sentir pressionadas a adotar tecnologias que, por vezes, parecem conflitar com suas tradições. A transição para cultos on-line, por exemplo, é um dilema que muitas enfrentam. A transmissão foi uma solução adotada por muitas igrejas durante a pandemia, mas algumas resistem devido ao receio de perder a experiência tradicional de culto presencial.
A Maçonaria, conhecida por sua discrição e privacidade, hesita em utilizar amplamente as redes sociais temendo a exposição indevida.
Encontrar um equilíbrio entre preservar seus princípios e adaptar-se à era digital é um desafio constante, pois a tecnologia oferece oportunidades para comunicação mais eficiente, permitindo que instituições conservadoras se conectem com seus membros de maneiras inovadoras, sem comprometer a discrição.
Outro fato positivo é que a digitalização pode ser uma aliada na preservação de tradições: documentar o trabalho executado ou registros históricos de maneira digital pode garantir a preservação a longo prazo.
Se a exposição às redes sociais é um dilema para essas instituições, a realidade aumentada pode promover uma nova etapa de desafios no mundo digital. Vale lembrar, que os receios dessas instituições vão se dissipando ao passo que as novas tecnologias desenvolvem rapidamente os processos e apresentam novas soluções digitais.
No novo mundo, a revolução digital está em pleno vapor: as cirurgias à distância, os drones com capacidade de transportar pessoas, a arte que utiliza amplamente os recursos tecnológicos, os projetos em 3D interativos, e muitos outros.
A própria administração das instituições conservadoras já utiliza a Tecnologia da Informação (TI) em sua gestão, uma transformação significativa dos avanços do século XXI.
Outro destaque são as plataformas digitais para treinamento e educação contínua, garantindo que suas equipes estejam atualizadas com as últimas práticas e tecnologias.
As inovações disruptivas: expressão usada pelo professor de Havard, Clayton M. Chistensen, em uma publicação de 1997, que explica o processo em que uma tecnologia, produto ou serviço é transformado ou substituído por outra solução inovadora superior: bancos digitais; Uber; Pix; WhatsApp; Spotify; Ifood; NetFlix, entre outros, também são comuns e utilizadas nas instituições conservadoras sem que se deem conta.
A utilização da Inteligência Artificial (AI), está cada vez mais presente na vida contemporânea. Hoje, no Espírito Santo, com a tecnologia da AI, desenvolvida na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), sob a direção do professor Alberto Ferreira de Souza, já são realidade: o carro e o caminhão autônomos; o primeiro taxiamento em solo de uma aeronave; e, agora, em pleno desenvolvimento, a fábrica autônoma, também trabalhada com o professor Alberto, na Ufes.
O conservadorismo de algumas organizações já se rendeu à Inteligência Artificial em seus sites, garantindo acessibilidade aos deficientes.
Outra dificuldade que vem sendo superada é a fobia digital: administradores com mais de 65 anos, muitas vezes, acham a tecnologia complicada e de difícil acesso. Mas, essa questão a ser solucionada pode aproximar as gerações, a partir de um trabalho que una a experiência com a velocidade digital dos profissionais mais novos.
A revolução tecnológica desafia as instituições conservadoras a encontrar um equilíbrio delicado entre a preservação de tradições e a adaptação às demandas da era digital, uma vez que ela é irreversível. Ao enfrentar esses desafios, essas instituições têm a oportunidade de redefinir a maneira como operam, mantendo a integridade de suas missões enquanto exploram as vantagens oferecidas pela tecnologia contemporânea.