14 de setembro de 2024
Vitória, ES, Brasil

Arquipélago de São Pedro e São Paulo: inicia o projeto de desenvolvimento tecnológico

Profissionais e pesquisadores iniciaram no dia 17 de julho uma nova etapa no projeto “Desenvolvimento Tecnológico para a Construção em Ilhas Oceânicas, no Arquipélago de São Pedro e São Paulo.

Por Juba Paixão

As primeiras atividades no local serão realizadas pelo arquiteto e pesquisador Bernardo Zandomenico Dias, membro do Laboratório de Planejamento e Projetos (LPP) da Ufes, coordenado pela Professora Cristina Engel de Alvarez.

 O projeto é uma parceria entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Fundação Espírito-santense de Tecnologia (FEST) e a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Esta primeira expedição irá até o dia 31 de julho, com atividades cruciais para o avanço da pesquisa e desenvolvimento de construções sustentáveis em ilhas oceânicas. O pesquisador realizará diversas atividades no arquipélago, focando em dois principais objetivos:

1. Inspeção da Estação Científica Atual:

• Observação de Materiais e Técnicas Construtivas: serão avaliados quais materiais e técnicas se mostraram mais eficazes ao longo dos anos de uso da estação atual.

2. Instalação de Materiais e Componentes:

• Teste de Novos Materiais: Instalação de possíveis novos materiais e componentes construtivos que poderão ser empregados na nova estação científica, observando seu comportamento frente aos agentes de degradação presentes no arquipélago.

As estações científicas em ilhas oceânicas são essenciais para apoiar atividades de pesquisa e fornecer abrigo a profissionais de diversas partes do Brasil e do exterior.

A manutenção de edificações em locais remotos apresenta desafios significativos devido aos custos elevados de transporte de materiais e mão de obra para o Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP); o Atol das Rocas; a Ilha de Trindade e o Arquipélago de Fernando de Noronha (AFN).

Vale lembrar que esses locais são áreas de proteção ambiental, exigindo intervenções humanas cuidadosas para minimizar impactos na fauna, flora e na paisagem.

O ambiente e as condições climáticas severas das ilhas oceânicas testam a durabilidade dos materiais de construção devido às altas temperaturas, umidade, elevada incidência solar, ventos fortes, névoa salina e, no caso do ASPSP, abalos sísmicos e ondas intensas. Assim, o projeto visa reunir informações para a construção de uma nova estação científica que combine durabilidade e baixa necessidade de manutenção.

O Laboratório está empenhado em utilizar sua expertise para contribuir com a conservação e o avanço científico em um dos ecossistemas mais desafiadores e fascinantes do planeta”

Professora Cristina Engel

Segundo a professora Cristina Engel, a participação neste projeto no Arquipélago São Pedro e São Paulo é um grande passo para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis e duráveis para a construção em ilhas oceânicas.

“Este trabalho é essencial não apenas para aprimorar nossas práticas construtivas, mas também para contribuir com a preservação ambiental e a redução de custos de manutenção em locais tão remotos. O Laboratório está empenhado em utilizar sua expertise para contribuir com a conservação e o avanço científico em um dos ecossistemas mais desafiadores e fascinantes do planeta. A colaboração entre o ICMBio, a Fest, a Ufes e a Marinha do Brasil é um exemplo poderoso do que podemos alcançar quando unimos forças em prol de objetivos comuns.” Finalizou

 Curiosidades sobre o Arquipélago de São Pedro e São Paulo

• Único conjunto de ilhas oceânicas brasileiras acima da linha do Equador;

• Localizado a 1.100 km do litoral do Rio Grande do Norte;

• Formação geológica única, originada de uma rachadura na crosta terrestre;

• Marcado por desafios históricos e geológicos, como a destruição de um farol por um tremor tectônico em 1933;

• Possui uma extensa Zona Econômica Exclusiva para exploração de recursos vivos e não-vivos.

Desde os tempos das caravelas até os dias atuais, o Arquipélago de São Pedro e São Paulo tem sido testemunha de uma história fascinante. Formado há cerca de 10 mil anos, essas ilhas únicas receberam seu nome após um evento marcante em 1511, quando marinheiros naufragados foram resgatados pela caravela São Paulo.

O desenvolvimento deste projeto inovador proporcionará descobertas que contribuirão para avanços significativos na construção sustentável em ilhas oceânicas.

Fonte: Comunicação Institucional da Fest

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