28 de janeiro de 2025
Vitória, ES, Brasil

A Ciência Avança: terapia CAR-T Cell apresenta remissão completa em pacientes com Câncer

A terapia CAR-T Cell, que tem revolucionado o tratamento do câncer em vários países, também alcançou um grande marco no Brasil.

Por Juba Paixão

Desenvolvida em parceria entre a Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto Butantan, essa técnica inovadora trouxe remissão completa em 9 dos 14 pacientes tratados, oferecendo esperança renovada para pessoas com leucemia linfóide aguda, linfoma não-Hodgkin e mieloma múltiplo, especialmente aqueles que não respondem a quimioterapias convencionais ou transplantes de medula óssea.

Essa tecnologia de terapia celular já foi extensivamente pesquisada e implantada em outros países. Nos Estados Unidos, a CAR-T Cell foi aprovada pela FDA (Food and Drug Administration) em 2017, sendo utilizada para tratar tipos específicos de câncer, como a leucemia em crianças e adultos jovens, bem como o linfoma não-Hodgkin em adultos. Instituições como o Memorial Sloan Kettering Cancer Center e a University of Pennsylvania foram pioneiras no desenvolvimento e aplicação dessa técnica.

Além dos EUA, a China também tem feito progressos significativos com a terapia CAR-T, possuindo um dos maiores números de ensaios clínicos relacionados a essa abordagem. O país tem utilizado a terapia em pacientes com cânceres hematológicos, e os resultados preliminares mostram grande potencial.

Na Europa, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou o uso da CAR-T Cell para leucemias e linfomas em 2018, com hospitais na Alemanha e Reino Unido liderando tratamentos experimentais e subsequentes. Instituições como o Great Ormond Street Hospital em Londres também têm sido referência no tratamento de pacientes pediátricos.

Como funciona a CAR-T Cell

A terapia CAR-T Cell é baseada na engenharia genética de células T, um tipo de célula do sistema imunológico responsável por defender o corpo contra infecções e doenças. No procedimento, as células T são retiradas do paciente, modificadas em laboratório para reconhecer as células cancerígenas e, em seguida, reintroduzidas no corpo.

Essas células “reprogramadas” são capazes de identificar e destruir os tumores com alta precisão.

Para pacientes que não respondem mais a tratamentos convencionais, como quimioterapia ou transplantes, a terapia CAR-T Cell representa uma nova esperança. A remissão completa observada em 9 dos 14 pacientes no estudo é um dado encorajador, mostrando que essa abordagem pode ser altamente eficaz contra tipos de câncer considerados mais difíceis de tratar.

A pesquisa ainda está em andamento, com novas fases sendo planejadas para expandir o uso dessa terapia e, possivelmente, incorporá-la no sistema público de saúde, o que pode tornar o tratamento acessível para milhares de pessoas no Brasil.

Perspectivas no Brasil

No Brasil, a pesquisa da USP e do Instituto Butantan avança com resultados promissores. O professor Dimas Covas, uma das principais lideranças do estudo, espera que, em breve, a terapia esteja disponível para o sistema de saúde público, permitindo que mais pacientes com cânceres difíceis de tratar tenham acesso a essa alternativa inovadora.

Essa conquista coloca o Brasil em destaque na pesquisa global, mostrando que o país também está na vanguarda de tratamentos oncológicos avançados.

O futuro da terapia CAR-T Cell no Brasil está sendo moldado por pesquisas que continuam a expandir seu alcance e eficácia, com a possibilidade de mudar a forma como o câncer é tratado, tanto nacional quanto internacionalmente.

Fontes:

Memorial Sloan Kettering Cancer Center

University of Pennsylvania

Agência Europeia de Medicamentos (EMA)

Instituto Butantan

Faculdade de Medicina da USP

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