Os estudos sobre o novo tratamento para asma, utilizando o medicamento benralizumabe, foram divulgados em 27 de novembro de 2024.
Por Juba Paixão
Pesquisadores do King’s College London anunciaram um avanço significativo no tratamento de crises de asma, marcando a descoberta de uma abordagem inédita após cinco décadas sem grandes inovações na área.
O estudo, publicado na revista The Lancet Respiratory Medicine, investigou o uso do benralizumabe, uma substância injetável já aplicada em casos graves, mas que agora demonstra potencial para tratar de forma rotineira crises de asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Diferentemente de tratamentos convencionais, o benralizumabe direciona-se especificamente aos eosinófilos, um tipo de célula imunológica frequentemente envolvida em inflamações que agravam crises respiratórias.
Isso possibilita uma terapia personalizada, com resultados promissores em evitar internações hospitalares, reduzir a necessidade de esteroides e melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
Identificamos padrões específicos de inflamação. Agora, podemos agir com mais precisão, aplicando o tratamento certo para cada paciente, no momento certo”, destacou a professora Mona Bafadhel, do King’s College London.
A pesquisa mostrou que a nova terapia reduziu a taxa de falhas no tratamento para 45%, em comparação com 74% no uso apenas de esteroides.
Impactos na saúde global
Atualmente, estima-se que a asma afete cerca de 250 milhões de pessoas em todo o mundo, resultando em aproximadamente 455 mil mortes anuais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Essas mortes ocorrem majoritariamente em países de baixa e média renda devido à subnotificação e ao tratamento inadequado. A asma é uma das condições respiratórias mais prevalentes e representa uma carga significativa para os sistemas de saúde globais.
Vale lembrar que o benralizumabe já está aprovado para casos graves de asma em alguns países e está em estudo para usos mais amplos, como as exacerbações menos graves. O avanço depende dos resultados de estudos adicionais, regulamentações locais e estratégias de comercialização. Se os ensaios continuarem a confirmar sua eficácia, ele pode ser lançado mais amplamente nos próximos anos, prometendo revolucionar o manejo de crises de asma.
Essa inovação pode revolucionar a maneira como cuidamos das pessoas em momentos críticos de saúde”, reforçou Bafadhel.
Além dos benefícios diretos aos pacientes, o uso reduzido de esteroides significa menor risco de efeitos colaterais graves, como osteoporose e diabetes, frequentemente associados ao tratamento convencional.
Fontes:
Organização Mundial da Saúde (OMS)
Wold Health Organization
BBC News
The Lancet Respiratory Medicine
King’s College London