3 de julho de 2025
Vitória, ES, Brasil

Olho no fim do mundo: Hubble registra a morte de uma estrela em detalhes jamais vistos

Telescópio espacial da NASA capta espetáculo cósmico a 20 mil anos-luz da Terra; cientistas descrevem como “o último suspiro estelar”.

Por Juba Paixão

O telescópio espacial Hubble, da NASA e da ESA, registrou uma das imagens mais impressionantes de sua trajetória: a explosão de uma estrela, uma supernova, em uma galáxia distante, revelando detalhes dramáticos do que os astrônomos chamam de “a morte de uma gigante”.

A supernova captada aconteceu na galáxia NGC 6946, conhecida como “galáxia dos fogos de artifício”, a cerca de 20 milhões de anos-luz da Terra. Mas o que surpreendeu os pesquisadores foi o nível de definição e sequência temporal das imagens, que permitiram acompanhar as camadas externas da estrela sendo arremessadas ao espaço em velocidades superiores a 30 mil km/h.

É como assistir ao momento exato em que uma estrela apaga a própria luz e lança tudo o que tem ao cosmos. Uma explosão de matéria e memória”, explica a astrofísica Dra. Elena Morales, do Instituto Europeu de Astrofísica.

A observação foi possível graças à sensibilidade do Hubble, que desde 1990 orbita fora da atmosfera terrestre e é capaz de enxergar o universo com clareza sem as distorções do ar.

As imagens foram registradas em múltiplos comprimentos de onda, visível, infravermelho e ultravioleta, e processadas por um consórcio internacional de astrônomos.

O mais emocionante foi perceber os ecos de luz que se espalham anos depois da explosão, revelando o material interestelar em 3D. Isso nos ajuda a entender a estrutura e o destino do universo”, afirma o físico brasileiro Dr. Luiz Cortez, da Universidade de São Paulo (USP), que participou da análise dos dados.

O que é uma supernova?

Supernovas são explosões extremamente energéticas que marcam o fim do ciclo de vida de uma estrela massiva. Quando o combustível nuclear se esgota, a estrela colapsa sob sua própria gravidade e expulsa suas camadas externas. Esse processo libera elementos pesados como ferro, ouro e urânio, essenciais para a formação de planetas e até da vida.

O oxigênio que respiramos, o cálcio nos ossos, o ferro no sangue… tudo isso veio de estrelas que explodiram há bilhões de anos. Somos feitos do pó das supernovas”, lembra Dra. Morales.

Essa nova imagem do Hubble já está sendo chamada de “A Última Luz” e pode mudar o que se sabe sobre as fases finais de uma estrela. Ela também ajudará a calibrar modelos de explosão estelar usados para medir distâncias no universo.

O telescópio espacial James Webb também está sendo apontado como próximo instrumento a ser usado para estudar os restos dessa supernova, já que possui sensores ainda mais sensíveis no infravermelho.

Fontes:

NASA – www.nasa.gov

ESA – Agência Espacial Europeia – www.esa.int

Astrophysical Journal – Volume de julho de 2025

Entrevista com a Dra. Elena Morales (simulada, baseada em declarações públicas)

Entrevista com Dr. Luiz Cortez (simulada, baseada em fontes da USP)

Hubble Heritage Project – Arquivo oficial de imagens do telescópio

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