Pesquisadores do MIT desenvolveram o Mirai, um modelo de inteligência artificial que está transformando a maneira como o risco de câncer de mama é avaliado, oferecendo uma precisão nunca antes alcançada.
Por Juba Paixão
Liderada por Regina Barzilay, professora do MIT que enfrentou pessoalmente um diagnóstico de câncer de mama, a equipe de desenvolvimento visava democratizar o acesso a essa tecnologia. Hoje, o Mirai já está sendo implementado em 47 hospitais ao redor do mundo e é considerado um passo crucial para salvar vidas por meio da detecção precoce e rastreamento personalizado.
Combinando análise de mamografias e, quando disponível, dados clínicos, o Mirai prevê o risco cumulativo de desenvolver câncer ao longo de cinco anos, permitindo um rastreamento mais personalizado e eficiente.
Um dos diferenciais do Mirai é sua capacidade de funcionar de forma consistente em diferentes populações e configurações clínicas.
Em testes realizados nos EUA, Suécia e Taiwan, o modelo mostrou resultados altamente precisos, inclusive entre populações frequentemente negligenciadas, como mulheres negras, que enfrentam taxas mais altas de mortalidade devido ao diagnóstico tardio e subtipos mais agressivos de câncer. Essa consistência foi elogiada por especialistas, como a cirurgiã Salewai Oseni, que destacou seu potencial para reduzir disparidades na saúde.
Como o Mirai salva vidas
O sistema utiliza uma camada de “hazard” aditiva para prever riscos cumulativos, integrando dados de mamografias e, quando disponíveis, fatores de risco como idade e histórico hormonal.
Essa abordagem flexível permite que o Mirai opere eficazmente mesmo em clínicas com infraestrutura limitada. Além disso, a tecnologia foi projetada para minimizar viés relacionado ao equipamento de mamografia, garantindo precisão em ambientes clínicos diversos.
Pesquisadores planejam expandir o uso da tecnologia, incluindo imagens históricas do paciente para refinar ainda mais as previsões. Essa inovação tem o potencial de não apenas detectar o câncer mais cedo, mas também de ajustar estratégias de rastreamento e prevenir tratamentos desnecessários.
Fontes:
MIT Jameel ClinicMIT Jameel Clinic
