Embora os detalhes específicos desses estudos não estejam amplamente divulgados, a comunidade científica tem explorado diversas abordagens inovadoras no tratamento dessa doença neurodegenerativa.
Uma dessas abordagens é a fotobiomodulação, que utiliza luz para estimular a função mitocondrial no cérebro e prevenir a apoptose neuronal. Uma revisão sistemática destacou que, embora os mecanismos celulares estejam sendo compreendidos e doses seguras tenham sido identificadas em modelos animais, são necessários ensaios clínicos em larga escala para confirmar a eficácia dessa terapia em humanos.
A pesquisa sobre o uso da fotobiomodulação como terapia para a doença de Alzheimer tem sido conduzida por diversos cientistas ao redor do mundo. Entre os pesquisadores que se destacam nessa área estão Joachim Enengl e Peter Dungel, que publicaram uma revisão sistemática intitulada “Photobiomodulation Against Alzheimer’s Disease: A Systematic Review”.
No Brasil, o físico Vanderlei Bagnato, professor titular da Universidade de São Paulo, tem contribuído significativamente para a área de biofotônica, que abrange estudos sobre a aplicação de luz em tratamentos médicos, incluindo pesquisas relacionadas à fotobiomodulação no contexto de doenças neurodegenerativas.

Outra linha de pesquisa envolve a terapia com células-tronco.
Estudos indicam que, apesar dos desafios associados à complexidade do Alzheimer, as células-tronco podem oferecer novas perspectivas para modelar e entender a progressão da doença, potencialmente levando a tratamentos mais eficazes no futuro.
Além disso, pesquisadores têm investigado moléculas multitarget que protegem as membranas neuronais, oferecendo uma abordagem abrangente para a terapia do Alzheimer. Essa estratégia visa abordar múltiplos alvos terapêuticos simultaneamente, potencialmente aumentando a eficácia do tratamento.
É importante notar que, embora essas pesquisas sejam promissoras, muitas delas ainda estão em fases iniciais ou pré-clínicas. A transição para tratamentos disponíveis ao público requer ensaios clínicos rigorosos para confirmar a segurança e a eficácia das terapias propostas.
Alzheimer
A doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva que representa um desafio significativo para a saúde pública global. Atualmente, estima-se que 55 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com demência, sendo a doença de Alzheimer responsável por 60% a 70% desses casos. Projeções indicam que esse número pode alcançar 139 milhões até 2050, refletindo o envelhecimento populacional e a ausência de tratamentos curativos eficazes.
No Brasil, a situação é igualmente preocupante. Dados de 2019 apontam que aproximadamente 2 milhões de brasileiros convivem com demência, com a doença de Alzheimer sendo a forma mais prevalente. Além disso, estima-se que 75% das pessoas afetadas pela demência no país não recebem diagnóstico, o que dificulta o acesso a tratamentos e suporte adequados.
Esses números ressaltam a urgência de investimentos em pesquisa, diagnóstico precoce e desenvolvimento de terapias eficazes para combater a progressão da doença de Alzheimer e melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias.
Fontes:
Organização Mundial da Saúde (OMS)
Instituto Alzheimer Brasil (IAB)
Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia
Revisão Sistemática sobre Fotobiomodulação
Dados Globais sobre Demência e Alzheimer
Dados sobre Demência no Brasil