Aarrav Anil, um jovem de apenas 17 anos, desenvolveu uma colher inteligente que promete revolucionar o cotidiano de pessoas que sofrem de Parkinson.
Por Luciene Araujo e Juba Paixão
O dispositivo, criado em Bengaluru, no sul da Índia, foi pensado inicialmente para ajudar o tio de Aarrav, que enfrentava grandes dificuldades para se alimentar devido aos tremores causados pela doença. Utilizando tecnologias acessíveis, como microcontroladores, sensores, motores e uma impressora 3D, ele projetou um utensílio capaz de detectar movimentos involuntários de um lado da colher e equilibrar esses tremores com um contrapeso no outro lado. O resultado é uma colher que permite aos pacientes se alimentarem de forma mais independente e digna.
Enquanto dispositivos semelhantes no mercado têm preços que ultrapassam os 200 dólares, a versão de Aarrav custou apenas 80 dólares para ser produzida.
Esse custo mais acessível tem o potencial de ampliar o acesso a essa tecnologia, especialmente em regiões de menor poder aquisitivo.
O impacto global do Parkinson
Estima-se que, no mundo todo, mais de 10 milhões de pessoas vivam com a Doença de Parkinson, uma condição neurológica progressiva que afeta a capacidade motora e a coordenação, resultando em tremores, rigidez muscular e dificuldades de movimento. No Brasil, o número de pessoas diagnosticadas com Parkinson ultrapassa os 200 mil casos, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Embora a maioria dos pacientes tenha mais de 60 anos, casos de início precoce, como o do tio de Aarrav, são conhecidos.
Em entrevista para o jornal onPost, o geriatra Edson Vinícius enfatizou a importância da invenção na rotina da pessoa com Parkson, patologia que acomete principalmente os idosos.
Envelhecer é um processo natural que todos nós iremos passar. Portanto, toda descoberta capaz de trazer melhoria para qualidade de vida é muito bem-vinda. E nesse ponto, a tecnologia é uma grande aliada”, observou.
A inovação de Aarrav é resultado de sua vontade de encontrar uma solução acessível para o dia a dia dos pacientes. Ao desenvolver a colher, ele utilizou componentes comuns no mercado de eletrônicos, como sensores que identificam tremores involuntários e motores que equilibram a colher, proporcionando estabilidade. A impressão 3D permitiu que ele ajustasse o design da colher para tornar o produto eficiente e ergonômico, adaptando-se às necessidades de diferentes pacientes.
Com o sucesso do protótipo, Aarrav planeja tornar sua invenção disponível para o maior número de pessoas possível. Ele está buscando parcerias para ampliar a produção em massa e continuar a aperfeiçoar o design. Sua colher inteligente pode não apenas melhorar a qualidade de vida dos pacientes, mas também abrir portas para novas abordagens tecnológicas no tratamento de doenças neurológicas.
Fontes:
Organização Mundial da Saúde (OMS)
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
Relatórios de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação
Relatórios de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação
Entrevista com o Dr. Edson Vinícius
