6 de dezembro de 2024
Vitória, ES, Brasil

O Mundo em Observação: eleições nos EUA, entenda as diferenças

Este ano, os olhos do mundo estão voltados para os Estados Unidos, onde a eleição presidencial se desenrola em um cenário polarizado entre o ex-presidente Donald Trump e a senadora Kamala Harris.

Um fator crucial será a decisão dos sete “swing states” ou estados indecisos – Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin – que são tradicionalmente voláteis e, em muitos casos, podem determinar o vencedor. Esses estados, com resultados frequentemente apertados, foram historicamente decisivos para assegurar a vitória dos candidatos nas últimas eleições presidenciais americanas.

Um ponto de destaque é a redistribuição dos votos eleitorais em certos estados. Desde a eleição de 2020, a Carolina do Norte ganhou um voto eleitoral, enquanto a Pensilvânia perdeu um, o que reflete as mudanças demográficas e políticas. Essa redistribuição pode mudar a dinâmica da eleição, especialmente em estados onde a competição é acirrada. A Pensilvânia, por exemplo, continua entre os estados indecisos mais importantes devido ao seu alto número de votos eleitorais, sendo considerada um “campo de batalha” no sistema eleitoral americano.

Diferenças entre o sistema eleitoral dos EUA e do Brasil

O processo eleitoral americano difere substancialmente do brasileiro, especialmente no método de escolha do presidente. Enquanto no Brasil as eleições presidenciais seguem o sistema de voto direto, onde o candidato mais votado vence, nos EUA o sistema é indireto, com um colégio eleitoral que, ao final, determina o vencedor. No colégio eleitoral, cada estado tem um número de votos correspondente à sua população, e o candidato que conquista a maioria em um estado leva todos os votos eleitorais desse estado (com exceção do Maine e de Nebraska, que usam uma divisão proporcional).

Além disso, os estados indecisos tornam-se ainda mais cruciais na eleição americana. Esses estados, cujas preferências podem mudar de uma eleição para outra, geralmente recebem maior atenção das campanhas eleitorais, incluindo investimento em propaganda e visitas dos candidatos. No Brasil, embora haja regiões em que os votos são mais disputados, não existe uma divisão de votos como a do colégio eleitoral americano.

Outro fator que diferencia as eleições dos dois países é o financiamento de campanha. Nos EUA, o financiamento privado de campanhas é comum e pode influenciar a presença dos candidatos em certos estados, especialmente nos estados indecisos.

Importância do sistema eleitoral e a observação internacional

Em ambos os países, o impacto da escolha dos líderes se reflete no cenário geopolítico, especialmente no que diz respeito à política externa e ao comércio.

No caso dos EUA, o Council on Foreign Relations e o Washington Institute destacam que a vitória em estados decisivos pode influenciar significativamente a política externa e interna do país. Além disso, o interesse global em observar as movimentações eleitorais dos EUA reside na importância de decisões políticas americanas para questões como segurança, guerras, economia e mudanças climáticas.

Essas observações apontam o esforço contínuo de instituições como o U.S. Census Bureau, o TSE brasileiro, Pew Research Center, Brookings Institution e o Center for Responsive Politics em aprofundar a compreensão das nuances políticas e eleitorais de ambos os países.

A convergência entre os sistemas eleitorais dos EUA e do Brasil reflete a importância desses dois gigantes econômicos como forças decisivas para o desenvolvimento das Américas. Enquanto o modelo de colégio eleitoral americano ressalta a estratégia e a variabilidade dos estados, o sistema direto brasileiro fortalece a expressão nacional unificada.

Ambos os mercados, com suas distintas abordagens democráticas, exercem uma influência crucial no contexto geopolítico regional, impactando áreas como comércio, segurança e inovação. Assim, a condução das eleições e o alcance de seus processos eleitorais ganham relevância não apenas local, mas continental, orientando políticas e decisões com efeito direto no crescimento e na estabilidade das Américas.

Por Juba Paixão – Jornalista, publicitário e empresário de comunicação institucional; estrategista em campanhas políticas ; detentor da Cruz do Mérito da Comunicação, na categoria Comendador, concedida pela Câmara Brasileira de Cultura.

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