A descarbonização representa uma oportunidade para o setor produtivo capixaba se alinhar às demandas globais por sustentabilidade, garantindo competitividade e contribuindo para um futuro mais sustentável.
Por Juba Paixão
Para compreender as necessidades do setor produtivo capixaba, o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) e o Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) conduziram uma pesquisa com cerca de 600 empresas.
O objetivo foi mapear o interesse e a aderência dessas empresas a financiamentos voltados à descarbonização e transição energética, visando à redução de custos e emissões de GEE.
Coletiva de Imprensa:
Os resultados dessa pesquisa serão apresentados na próxima segunda-feira (17), às 9h, na sede da Findes, localizada na Reta da Penha, em Vitória. Durante a coletiva de imprensa, serão divulgadas informações estratégicas sobre o nível de engajamento das empresas capixabas com a agenda de sustentabilidade, os principais desafios para a adoção de tecnologias sustentáveis e as oportunidades de financiamento para inovação e eficiência energética que podem transformar o parque produtivo do Espírito Santo.

A descarbonização, conjunto de medidas destinadas a reduzir ou eliminar a emissão de gases de efeito estufa (GEE) nas atividades econômicas, visando mitigar os impactos das mudanças climáticas.
Essas ações incluem a transição para fontes de energia renovável, melhoria da eficiência energética e substituição de combustíveis fósseis por alternativas de menor impacto ambiental.
No setor industrial, que consome uma parcela significativa da energia, a adoção de tecnologias limpas não só contribui para a sustentabilidade ambiental, mas também pode reduzir custos operacionais e aumentar a competitividade das empresas.
Fatores positivos da descarbonização:
Redução de custos: implementar medidas de eficiência energética pode diminuir despesas operacionais a longo prazo;
Competitividade: empresas sustentáveis tendem a ser mais valorizadas no mercado global, atendendo a consumidores e parceiros que priorizam práticas ambientais responsáveis;
Acesso a financiamentos: há uma crescente disponibilidade de linhas de crédito e investimentos direcionados a projetos sustentáveis;
Contribuição ambiental: redução das emissões de GEE, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas e melhoria da qualidade de vida.
No contexto brasileiro, o setor industrial é responsável por aproximadamente 32% do consumo de energia do país. Especificamente no Espírito Santo, iniciativas significativas têm sido implementadas para promover a descarbonização.
Em novembro de 2024, o governador Renato Casagrande anunciou um aporte de R$ 500 milhões, por meio do Fundo Soberano, destinado ao financiamento de projetos de transição energética e descarbonização no estado. Além disso, foi firmado um protocolo de intenções com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que poderá aportar até R$ 500 milhões adicionais, totalizando um potencial de R$ 1 bilhão para investimentos em indústria e infraestrutura sustentável no Espírito Santo.

Essas iniciativas estão alinhadas ao Plano de Descarbonização e Neutralização das Emissões de Gases de Efeito Estufa do Espírito Santo, publicado em 2023, que estabelece estratégias e políticas públicas visando à neutralização das emissões de GEE até 2050.
O plano estima a necessidade de quase R$ 5 bilhões para alcançar uma redução de 27% das emissões até 2030, sendo que os recursos provenientes da parceria entre o BNDES e o Fundo Soberano podem representar até 20% dessa meta.
Serviço:
Data: Segunda-feira, 17 de março
Horário: 9h
Local: Observatório da Indústria – 8° andar da Findes, Reta da Penha, Vitória.