Do coração do Espírito Santo para o mundo: pesquisa premiada revela caminho inovador para preservar vidas após o infarto
A cada ano, o infarto do miocárdio ceifa milhões de vidas no mundo — cerca de 17,9 milhões, sendo mais de 300 mil apenas no Brasil e milhares no Espírito Santo.
Por Juba Paixão
Em meio a esse cenário alarmante, uma pesquisa apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) trouxe esperança: o estudo sobre o uso do antioxidante mitoquinona, desenvolvido na Ufes, foi reconhecido com o Prêmio Cardiologista Investigador, concedido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia do Espírito Santo (SBC-ES).
Um estudo apoiado pela Fapes, por meio do edital 19/2022 – Apoio a Núcleos Capixabas de Excelência em Pesquisa, foi premiado durante o congresso estadual da SBC-ES, realizado em agosto, em Santa Teresa. O projeto, que descobriu que o antioxidante mitoquinona melhora a disfunção cardíaca que ocorre depois do infarto, conquistou o primeiro lugar da categoria científica.
O trabalho intitulado “O antioxidante mitocondrial mitoquinona previne a disfunção contrátil cardíaca na fase aguda pós-IAM em modelo experimental”, é uma tese de doutorado da pesquisadora Carolina Ximenes, coordenado pela professora Ivanita Stefanon, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A pesquisa foi realizada em colaboração com uma equipe da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), liderada pela professora Silvia Guatimosim e pelo Dr. Eduardo Hertel Ribeiro.
Foi uma honra muito significativa para toda a equipe. Sabíamos da relevância dos dados que apresentamos, baseados em uma pesquisa rigorosa sobre o papel do antioxidante mitocondrial mitoquinona na prevenção da disfunção contrátil cardíaca pós-infarto, que é um tema de grande importância na cardiologia experimental. No entanto, também tínhamos consciência de que estávamos competindo com muitos outros trabalhos de alta qualidade. Por isso, o reconhecimento foi uma surpresa muito positiva, uma confirmação do impacto potencial e da inovação da nossa pesquisa”, afirmou a coordenadora do projeto, Ivanita Stefanon.
Desenvolvimento da pesquisa
De acordo com a coordenadora, o projeto teve como foco estudar o que acontece com a função cardíaca e vascular após o infarto do miocárdio. Para isso, o grupo adotou uma linha de trabalho com testes em animais, que vem gerando resultados relevantes.
A gente sabe que, depois do infarto, o tecido remanescente, ou seja, o que sobrevive ao infarto no coração, diminui a função cardíaca, reduz a contratilidade. Então, a gente trabalha com ratos que sofrem esse infarto, provocados por nós cirurgicamente, e o trata com uma molécula relativamente nova que vai até a mitocôndria e atua no metabolismo do miocárdio que sobrevive ao infarto. E o que nós como equipe achamos é que esse antioxidante, a mitoquinona, melhorou a disfunção cardíaca que ocorre depois do infarto. Ele impediu que ocorresse essa disfunção cardíaca, que é um dado muito relevante”, explicou Stefanon.
“O tratamento com essa molécula diminui o estresse oxidativo. Ou seja, ela preserva a função do tecido cardíaco que sobrevive ao infarto, que normalmente perde essa função depois. O tecido que infarta morre, obviamente, mas o tecido que sobrevive também sofre disfunção. Com esse tratamento, foi mostrado que essa função foi preservada”, acrescentou.
A coordenadora também destacou a colaboração internacional fundamental para o avanço da pesquisa:
Esse trabalho só foi possível graças à parceria com o Dr. Mike Murphy, da University of Cambridge, que detém a patente da molécula mitoquinona. Essa colaboração foi essencial para o acesso à substância e para o desenvolvimento dos experimentos que fundamentaram nossa pesquisa.”
De olho no futuro
O próximo passo do projeto já está traçado. O grupo inscreveu proposta no edital Universal da Fapes, lançado em junho, com o intuito de seguir desenvolvendo a pesquisa.
Vamos fazer o tratamento desses animais com a mitoquinona e esperar alguns dias para verificar o que acontece com a função cardíaca após a interrupção do tratamento. Se interromper, a função cardíaca que já tinha melhorado vai continuar boa ou volta a piorar? Essa é uma pergunta que queremos responder”, adiantou a pesquisadora.
Outra linha do estudo é avaliar a sobrevivência:
Nós vamos comparar animais que receberam o medicamento e melhoraram a função cardíaca com aqueles que não receberam e sobreviveram, para verificar se a sobrevida é diferente. A ideia é acompanhar durante um mês animais infartados que não recebem o medicamento e compará-los com os que receberam. Assim, vamos construir uma curva de sobrevivência.”
A importância do fomento à ciência
Contemplada em diversos editais da Fapes ao longo de sua trajetória, a coordenadora não poupou elogios ao apoio da Fundação:
O fomento da Fapes tem sido essencial para o desenvolvimento do nosso projeto e de muitos outros no Espírito Santo. Graças a esse apoio, nossas pesquisas na Ufes se equiparam em qualidade às realizadas em grandes centros nacionais e internacionais. O investimento da Fundação fortalece não só pesquisadores experientes, mas também estudantes e jovens cientistas, criando um ambiente de excelência, inovação e formação contínua. Sem dúvida, a atuação da Fapes é um diferencial que impulsiona a ciência capixaba rumo ao reconhecimento global.”
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