30 de dezembro de 2024
Vitória, ES, Brasil

Inovação na Medicina: Emicizumabe, uma nova esperança para pacientes com hemofilia A

Desde os primeiros resultados positivos das pesquisas em 2019, o governo brasileiro começou a buscar a viabilização da aprovação do emicizumabe no Sistema Único de Saúde (SUS).

Por Juba Paixão

Em julho de 2023, iniciou-se formalmente a análise para a inclusão do medicamento no SUS, marcando um avanço significativo no tratamento de pacientes com hemofilia A.

Este medicamento foi desenvolvido por uma equipe de pesquisadores da Chugai Pharmaceutical Co., Ltd., liderada pelos Drs. Kazunori Imaoka e Yasutaka Shima, juntamente com outros membros da equipe de pesquisa.

O emicizumabe foi projetado para imitar a função do fator VIII, essencial para o processo de coagulação do sangue, e representa uma inovação significativa, especialmente para pacientes que desenvolveram inibidores contra o fator VIII.

Após meses de avaliação, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou a incorporação do emicizumabe ao SUS. Esta decisão foi formalizada com a publicação de uma portaria no Diário Oficial da União em 9 de setembro de 2024.

O emicizumabe previne sangramentos e reduz a frequência de hemorragias, proporcionando uma melhor qualidade de vida para pacientes adultos e pediátricos.

O que muda na vida das pessoas com hemofilia A?

A introdução do emicizumabe no SUS transforma radicalmente a vida dos pacientes. Antes desse tratamento, as pessoas com hemofilia A precisavam de infusões frequentes de fator VIII, o que limitava suas atividades diárias e impactava significativamente sua qualidade de vida.

Com o emicizumabe, os pacientes experimentam menos episódios de sangramento e uma maior liberdade para participar de atividades cotidianas, além de uma redução na dor e nas complicações associadas às hemorragias articulares. Esse avanço possibilita uma vida mais próxima da normalidade para os pacientes e suas famílias.

O Brasil, que possui a quarta maior população de pacientes com hemofilia do mundo, com cerca de 13 mil pessoas, se beneficiará significativamente dessa nova opção terapêutica. Até 2020, havia 10.984 registros de hemofilia A no país, sendo 98,5% dos casos do sexo masculino. A grande maioria desses casos é transmitida por mães portadoras da mutação genética.

A adoção de tratamentos inovadores como o emicizumabe pelo SUS é um exemplo claro de como as políticas públicas podem melhorar a vida de pacientes com condições crônicas. Ao abraçar essas inovações, o Brasil reforça seu compromisso com uma saúde pública de qualidade e acessível a todos.

Fontes:

Shima M, Hanabusa H, Taki M, et al. “Emicizumab as a Hemophilia A Treatment.” The New England Journal of Medicine.

Chugai Pharmaceutical Co., Ltd. – Documentos de desenvolvimento e publicações relacionadas ao emicizumabe.

Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS)

Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES)

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